Dra. Nayara Araújo

Conhecidas como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são doenças ou infecções que se são transmitidas principalmente através do contato sexual sem proteção.

São causadas por diferentes microrganismos, como vírus, bactérias e outros parasitas, afetam tanto homens e mulheres de todas as idades.

O acompanhamento por um médico infectologista é fundamental para garantir o diagnóstico correto, orientar o tratamento adequado e evitar complicações.

Nesse artigo vamos falar sobre:

  1. Clamídia
  2. Gonorreia
  3. Sífilis
  4. Herpes genital
  5. HIV – falo mais detalhadamente nesse meu outro artigo: https://dranayaraaraujo.com.br/hiv-aids/
DST

Clamídia

A clamídia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria  Chlamydia trachomatis e é uma das DSTs mais comuns, principalmente entre jovens sexualmente ativos. Apesar de afetar principalmente os órgãos genitais, também pode acometer a garganta e os olhos.

A grande maioria das pessoas (70-80%) não apresentam nenhum sintoma, um fator que facilita a transmissão.

Quando presentes os sintomas incluem:

Em  homens:

  • Dor/ardência ao urinar
  • Secreção anormal no pênis (pus)
  • Dor nos testículos

Em mulheres:

  • Corrimento vaginal amarelado ou claro
  • Dor/ardência ao urinar
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia)
  • Sangramento entre os períodos menstruais ou após a relação sexual
  • Dor abdominal ou pélvica (baixo ventre/ pé da barriga)

Veja que são sintomas inespecíficos, e que por isso podem ser facilmente confundidos com outros problemas ginecológicos, como infecções urinárias ou vaginais,  que é o que torna o diagnóstico ainda mais difícil sem o conhecimento e os exames específicos.

Complicações:

No caso da pessoa não receber o diagnóstico e assim não ser tratada adequadamente, a clamídia pode evoluir com algumas complicações, em ambos os sexos podendo gerar infertilidade. Nas mulheres devido ao que chamamos de doença inflamatória pélvica (DIP), e nos homens ao evoluir com epididimite, que é uma inflamação dolorosa que afeta os testículos.

Além da infertilidade pode complicar com dor crônica em baixo ventre, gravidez tubária e complicações na gestação em mulheres.

Tratamento:

O tratamento da clamídia é simples, feito com o uso de antibióticos específicos.

O infectologista tem um papel importante ao prescrever o antibiótico mais adequado para cada paciente e orientar sobre a necessidade de tratar também os parceiros sexuais para evitar reinfecções. Após o tratamento, é recomendado realizar uma nova avaliação após três meses para garantir que a infecção foi eliminada.

Gonorreia

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e, tal como a clamídia, pode ser assintomática, especialmente em mulheres.

São sintomas possíveis:

  • Dor/Ardência ao urinar
  • Secreção genital de cor amarela ou verde
  • Dor pélvica em mulheres
  • Sangramento fora do ciclo menstrual em mulheres

Complicações:

A gonorreia pode evoluir com complicações graves como:

  • Infertilidade em homens e mulheres
  • Pode se espalhar para o sangue ou articulações, levando a infecções mais complicadas (artrites infecciosas, lesões de pele, hepatite, endocardite, meningite e osteomielite).

Tratamento:

O tratamento da gonorreia é feito com o uso de antibióticos específicos;

Devido à resistência bacteriana, o acompanhamento de um infectologista é crucial. O especialista pode ajustar o tratamento conforme a gravidade e resistência da bactéria, garantindo a eficácia da terapia.

Após o tratamento, recomenda-se a realização de novos exames para confirmar que a infecção foi completamente eliminada.

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Sífilis

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum.

Ela tem várias fases com sintomas diferentes, e, sem tratamento, pode durar muitos anos, atingindo diversos órgãos e trazendo complicações.

Apesar de ser uma doença antiga, a sífilis ainda ocorre em vários países. É importante diagnosticar e tratar a doença o mais cedo possível para evitar problemas futuros.

Fases da Sífilis

A doença se desenvolve em quatro estágios principais: sífilis primária, secundária, latente e terciária.

1.Sífilis Primária:

A fase inicial começa com uma ou mais feridas chamadas cancros. Elas são redondas, firmes e indolores, surgindo no local onde a bactéria entrou no corpo.

Como não causam dor, muitas vezes passam despercebidas. Mesmo sem tratamento, as feridas desaparecem em algumas semanas, mas a infecção continua no corpo.

2. Sífilis Secundária:

Se a sífilis primária não for tratada, a doença entra na fase secundária, que pode ocorrer semanas ou meses após o desaparecimento das feridas.

Nesta fase, surgem erupções cutâneas, muitas vezes nas palmas das mãos e solas dos pés.

Outros sintomas incluem febre, cansaço, dor muscular e nas articulações, além de inchaço nos gânglios linfáticos. Lesões semelhantes a verrugas também podem aparecer nas áreas genitais.

Esses sintomas podem ir e vir, e, mesmo que desapareçam, a infecção continua.

3. Sífilis Latente:

Após a fase secundária, a sífilis entra em um estágio latente, em que não há sintomas visíveis.

A doença permanece no corpo, mas não causa sinais externos.

Essa fase pode durar anos, e a pessoa ainda pode transmitir a infecção, especialmente no início desse estágio.

4. Sífilis Terciária:

 Sem tratamento, a sífilis pode evoluir para a fase terciária, que ocorre anos depois. Nessa fase, a bactéria pode afetar o coração, cérebro, nervos, olhos e ossos.

Os problemas causados incluem lesões internas chamadas de gomas, danos ao sistema cardiovascular e neurossífilis, que pode causar paralisia, cegueira, problemas mentais e até a morte.

Sífilis Congênita

Quando uma mulher grávida tem sífilis e não é tratada, a infecção pode ser transmitida para o bebê. A sífilis congênita pode causar abortos, natimortos ou bebês com problemas graves, como deformidades ósseas, anemia e dificuldades de desenvolvimento. Em casos mais graves, pode levar à morte do recém-nascido.

Diagnóstico

O diagnóstico da sífilis é feito por exames de sangue. O teste VDRL é comumente usado para detectar a infecção, e outros testes, como o FTA-ABS, ajudam a confirmar a presença da bactéria.

Em casos de neurossífilis, pode ser necessário analisar o líquido da espinha por meio de uma punção lombar.

Tratamento

O tratamento da sífilis é feito com antibióticos, principalmente a penicilina. O tipo de tratamento depende do estágio da doença:

Herpes genital

A herpes genital é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada por dois tipos de vírus: o herpes simples tipo 1 (HSV-1) e o herpes simples tipo 2 (HSV-2) .

Embora o HSV-1 seja mais comumente associado ao herpes oral, ele também pode causar infecções genitais, especialmente na prática de sexo oral. O HSV-2, por outro lado, é a principal causa do herpes genital.

Essa infecção é muito comum e pode ser transmitida através de contato direto com as lesões ou com a pele infectada, mesmo quando não há sintomas aparentes.

Os sintomas do herpes genital variam de pessoa para pessoa e dependendo se a infecção é a primeira (infecção primária) ou se os episódios são recorrentes. Muitas pessoas não sabem que estão infectadas porque os sintomas podem ser leves ou ausentes.

Infecção Primária:

Mais intensa e pode aparecer de dois a 12 dias após o contato com o vírus. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Pequenas bolhas ou feridas dolorosas na região genital, coxas, ânus ou boca.
  • Coceira ou sensação de formigamento na área afetada.
  • Ardência ao urinar.
  • Febre, mal-estar e gânglios linfáticos inchados, especialmente na virilha.

Recorrências :

O herpes genital pode reaparecer em intervalos variados, sendo geralmente menos severo do que na terapia primária.

Durante as recorrências, é comum sentir uma sensação de formigamento ou emergência antes das feridas surgirem, essas crises tendem a ser menos dolorosas e curam mais rapidamente, em cerca de uma semana.

Fatores como estresse, doenças, cansaço, exposição ao sol ou ao frio e mudanças hormonais podem desencadear novas crises.

Complicações

Em pessoas saudáveis, o herpes genital não causa complicações graves. No entanto, a infecção pode ser mais preocupante em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como portadores de HIV, em quem as crises podem ser mais frequentes e os sintomas mais severos.

Para mulheres grávidas, o herpes genital pode representar um risco maior. Se a infecção primária ocorrer durante a gestação, há risco de transmissão para o bebê durante o parto, causando herpes neonatal , uma condição grave que pode afetar os órgãos internos do recém-nascido.

Por isso, mulheres grávidas com histórico de herpes genital devem discutir com o obstetra as medidas preventivas adequadas, como a possibilidade de uma cesariana em casos de surtos ativos no final da gravidez.

Diagnóstico

O diagnóstico do herpes genital pode ser feito clinicamente, com base nos sintomas e nas características das lesões.

O infectologista é o profissional indicado para realizar o diagnóstico preciso e orientar o paciente sobre as melhores formas de tratamento e manejo da doença.

Tratamento

Não existe cura para o herpes genital, mas há tratamentos eficazes para controlar os sintomas e reduzir a frequência das crises. Os medicamentos antivirais, tanto para tratar os surtos como para diminuir a duração e gravidade das lesões.

O tratamento pode ser feito de duas formas:

  • Tratamento episódico : Utilizado durante os surtos, os antivirais ajudam a encurtar a duração das crises. Eles são mais eficazes quando iniciados nos primeiros sinais de sintomas (coceira, formigamento ou dor).
  • Tratamento supressivo : Para pessoas que têm crises frequentes, o uso diário de antivirais pode reduzir o número de recorrências e diminuir o risco de transmissão do vírus para parceiros sexuais.

A Dra. Nayara Araújo é médica infectologista e possui uma ampla experiência em acompanhamento de pessoas que apresentam quadros de herpes genital recorrente.

Ela pode orientar sobre as melhores opções de tratamento e acompanhamento, ajustando o tratamento conforme a frequência e a gravidade das crises, além de avaliar a necessidade de tratamento contínuo para pacientes com surtos frequentes ou mais intensos.

DST

HIV/AIDS

O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é o causador da AIDS. Ele compromete o sistema imunológico, deixando o corpo vulnerável a infecções e doenças oportunistas.

O HIV é transmitido principalmente por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.

No início, a infecção pode se assemelhar a uma gripe, mas com o tempo, sem tratamento, o vírus pode destruir o sistema imunológico.

Tratamento:

O tratamento do HIV é feito com medicamentos antirretrovirais (ARVs), que impedem a replicação do vírus e permitem que os pacientes mantenham uma carga viral indetectável, o que diminui o risco de transmissão.

Falo detalhadamente sobre HIV nesse meu artigo: https://dranayaraaraujo.com.br/hiv-aids/

A Dra. Nayara Araújo é medica Infectologista especialista em atender pacientes com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

A Dra Nayara é formada pela Universidade Federal do Espírito Santo e com mais de 12 anos de atuação como médica.

Fontes:https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dst

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